os momentos despendidos aqui são de reconciliação com a vida

terça-feira, 14 de julho de 2009

Postagem com frio na barriga

como se num balanço imenso
ou num salto de asa delta
quem sabe até numa carícia às escondidas
inauguro em mim o estado de incertezas
no qual sempre vivi

entrecaminhos que se postam
reporto a imagens de outrora
para ter certeza do que fui.

penso em escrever um soneto,
algo com estrutura, um sopro feito,
para garantir a sutura
dos pensamentos.

ia dizer custura, teia,
imagem que nasce da crença
na descrença, uma tecelagem de carnes
todas a ponto de prazer ou putrefação.

a linha é tênue.
todas as linhas são tênues,
porque o todo é único e tudo é o mesmo.

não sei onde estás, mas sei
que me ensinastes também
a ser viajante.

preferia dizer viajandante.

nada como um sorriso amigo
que vem ao meu encontro
sempre que carrego no bolso
do rosto
um imenso abraço
gratuito no desembaraço
que constitui as relações humanas.

busco recompensas, talvez uma ilha,
um reino, que há de me bastar.

dando voltas afundo revoltas
e chego a descobrir, na beirada do triz,
o sentido de amar.

ó mar salgado,
quanto do teu sal são lágrimas minhas
que derramei de olhos fechados.

a ilha está na testa,
e o olho está na ilha.

atino, atesto, o olho, a ilha.
daremos a volta
e depois de voltearmos tudo
só nos restará uma possibilidade:
o retorno.

o retorno que não passa,
não escapam eiras nem beiras,
do compromisso que temos para com nossas vidas.

E, aqui, meus amigos, para com as palavras,
que tanto estimamos.

Auguri, Pedruschi.

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