os momentos despendidos aqui são de reconciliação com a vida

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O encontro da pedra com o barro

do baixo do lamaçal bruto
escorre um lodo

e do lodo
fez-se barro

e do barro fez-se pedra

;

do alto do lamaçal bruto

brasa mora
brisa bora
a mora, b mora, c mora. D mora

pra entender atender a demanda

de si

redemoinho de pensamentos em parafusos

brita deiras
brinca deira

brisa, bora!

ali, no ponto,
aquele difícil de dizer
e desdizer,
brota brota brota brota

mas não diz
não condiz com o som
com bis; que bis?

chocolate, música?

não sabe.

brota brota brota brota

bote navega
no lodo

boto navega
no barro

brita
deira deira deira

de ideias.

ilhas serpentinas
mora mora mora

tudo

no centro do lamaçal bruto.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Poema que fiz depois de ver a exposição do Amyr Klink

toco o barco e o mar
me toca
com sua mão azul
o mar me toca
e me lembra
velho amigo
me lembra
de sonhos adormecidos
aconchegados
em mim no barco
no mar

princípio e fim
em não em sim
sonhos à sombra
do salgueiro sakura
momiji buriti

à sombra da vela
do barco
envereda-me um
sonho, sonhos

de jovem, sussurro
de Hesse, tesouro
de mãe, mão
o mar azul me
toca, velho amigo

princípio e fim
em ti, em mim

e o sonho
sonhos
sempre ali





(Av. Paulista, Conjunto Nacional, quarta-feira a tarde, 24/09)