na memória
como se tudo fosse perene
o nó que se fez
as anotações em giz
que te são importantes
mas já não sei
o que passa
o que passou
cada sempre é um novo
e cada novo é uma angústia
e cada angústia é cheia de palavras
que têm vontade de serem escritas
já eu, poço de nadas,
morada de moréias elétricas,
cada qual com seu pedaço de mim,
me desfaço e não me reconheço,
cada instante é um instante de incerteza,
e então as brindo
e brinco, seguro de si,
só para quem está de fora,
sozinho deito no chão
e choro,
rolo lágrimas.