os momentos despendidos aqui são de reconciliação com a vida

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

hoje fui deitar e meu corpo não deixou

dores

dores

e mais dores

ai quem me dera

se ao menos essas dores

fossem de amores

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Terceira e derradeira

Acabando a champagne
que fiz questão de beber
e um outro fumo
que não questão fiz de mostrar,
mas acabei por fumar,
encontrei uma vontade
desejo de ser felicitado
pelas falsas distâncias.

Cada qual com sua vida,
baralho embaralhado,
confusão enferma de sentimentos que me escapam
conclusões de eternidades que me embaraçam.

E, além do cardume, me conforto com a idéia de que
a cada instante nossas distâncias, a ver,
se desenroscam e verdam-jeiam-se.

Vós sabem de mim um segredo.

Verdejo.

Pela poesia que nos abita,
nunca abandonemo essa flor que canta e come,
carnívora,
tudo que sabemos,
ou que com medo não sabemos,
mas reconhecemos.

Campo grande, São Paulo, Assis,
somos cá,cosmos,pedra e jasmim.

algo como um troço de merda,
Feliz.


Pedro Bruschi, no presente momento diz:


reconheço a queda.

Poréeeeeeeem.... não procurei esconder, de ninguém.

Meu coração é aberto como uma fruta cortada ao meio
pronto para ser sorvida.

Cada desencontro é uma possibilidade.
De encontro,

porqueeeee....

nada mais belo nesta vida
que encontros.

Outrora encontrei encontrei encontrei
e tu sabes se te encontrei verdadeiramente
ou não.

Nenhum testemunho há de ser mais perfeito que o teu sobre mim.
Eu prefiro silêncio, que as pessoas digam sobre mim, afinal,
ali onde eu chorei, qualquer um chorava.

Caminho por rizomas de minha mente e não minto.
no máximo, me engano.

E se queres que seja consizo, que minhas palavras tenham a certeza de um atleta...

fodeu.

Nunca fui bom nos esportes. (no melhor estive ultimamente na verborragia, saudades).

Se há uma possibilidade de poema estou lá, nu, com frio fome sede. Não há de me escapar o poema, nunca há de me escapar o poema.

Enquanto isso, sirvo meu copo de vinho e para mim é o mesmo que servir meu copo de vida.
Cada gole mil palavras, algumas saudades e infinitas possibilidades.

Se isso é bom só o futuro dirá.

mas, sinceramente, só me importa uma certeza:

o nosso Cardume é perfeitamente satisfatório.

A primeira do aniversário

Eu saí da minha terra por ter sina viageira, com dois meses de viagem eu vivi uma vida inteira... estrada foi boa meta, me deu lição verdadeira, e os pecados de domingo quem paga é segunda feira...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

THE POEM WICH I DO NOT WRITE

Me bateu certo quê
de Whittman,
lembrei dos ventos
de Cummings,
ouvi um canto
dos pássaros
de Valparaíso,

e vi as sombras
do Mupejo
numa Roda
que gira,
gira.

O silêncio.

Estou aqui nessa cantina,
anônimo.
Ninguém sabe quem sou
eu.

Teço
às margens de mim mesmo
um segredo
que nos revela.

Que nos degela.

Sinto a cera quente
que edifica minha alma,
e escrevo um poema
para que nunca mais
e eternamente
esteja assim:

Silêncio.

Uma carta resposta não enviada ao Jony (um dia leremos em voz alta)

Saio do banho quente
na noite fria

Já não sou mais homem
de sentir
de sofrer
e das dores do universo
fazer as minhas;
ou vice-e-versa.

Visto o verso
roupa quebrantada
letras na pele limpa
-parangolé de palavras-
e percebo:
Meu raciocínio é poético.

Abro uma cerveja.

Sorvo na noite fria
um corpo quente:
para falar de temperaturas
nada pior que um termômetro.

Aprendi de uma criança:
nada é em si
tudo é em quando:
-Calor é quando a gente põe a mão
(o olho, o dorso
o sexo, o corpo,
o colo, a palavra)
e esquenta.

FRIO?

A cada gole de cerveja
gelada
sinto a temperatura
interior
em conflito com a temperatura
exterior.

Sigo o fluxo sem muito pensar
em consistência
tragédia
ou crença,
talvez pensando durante o gesto;

poesia assenta
o pó
poesia varre
o pó
poesia junta todo
o pó
do mundo, e depois assopra
o pó
só pra recolher de novo.

Foi assim que sentei outro dia com um amigo.

Sinto-me escrevendo como um menino,
poderia até fazer versos de amor.
(Preferia um ouvido mudo
para sussurrá-los).

Outro gole de cerveja.

Hoje a noite me chamou e eu não a fui encontrar.
A fiz entrar em minha casa
e escolher meu caderno
para sua morada.

Digressão: eu sou um típico fantoche manipulador
(que raios é isso?)

Pois é, eu e a noite somos velhos conhecidos,
não vou eu a ela
e ela vem a mim,
assim é que é,
tipo a montanha e Maomé.
(que rima pobre!)

Acabo uma cerveja
e continuo, obstinado,
na inspiração.

Abro outra cerveja
e com ela, um poema:
"Minha sede repousa num maracujá grande e pesado na fruteira de casa.
Espero."

Grande e gordo
Sede
Vontade
Desejo
Ceder

Já percebo impulsos...
me contento em viver
e tratá-los com naturalidade

DESCUBRO

que para fazer poesia
não preciso, como outrora,
do pouco fazer muito.
Posso cheirar o mundo com olhos de jasmim
buscar no fundo do castelo perdido
um pedaço de jardim
ou me embriagar da sede
da fome
e do barulho insuportável
da construção em frente de casa
que não me deixaria,
se eu quisesse,
dormir.

Poesia nasce do gesto.

Queria olhar para o céu e ver uma constelação
mascá do pó só vejo o chão!

POESIA!!!

Traz-me um lava jato estelar
pra eu limpar toda a sujeira do mundo?

Verso anti-sintético,
sinto-me o canto de um bicho estranho,
nasço em tremolos gigantes

terremotos de percepções

enchentes de lágrimas

sussurros de desesperos
ou quem sabe de amantes.

Uma gota de sangue em meio à chuva
derrubou a mais alta sociedade científica
a mais baixa possibilidade
para uma lógica no mundo intrínseca:
meu verso contribui para tanto,
no entanto,

_pausa para um cerveja_

"não alcanço sequer a fímbria do saber que em vão persigo".

Minha disposição baixa
e o sono clama...
vou fechar a noite
com um versinho em chamas:

Vem,
te direi em segredo
onde leva
esta cama.

E viva o Al Pacino,
ele está no meio de nós.

Último gole de breja.

Sono.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Poesia natureba é o cacete

Nem só de xilema
E floema
Se faz poema.

Sobre frivolidades

Tempo seco, não?
Pois é.
Seco tá meu coração.

É sério!
E todos os orifícios do meu corpo doem.
Dói prá assoar o nariz
Dói prá cagar
Prá respirar também dói.

Agora o coração
Apesar de muito bem escoltado pela minha couraça
Guardado e preservado como obra-de-arte em museu
E muito bem irrigado, diga-se de passagem
Padece mais que tudo.

Mais que o próprio padecer.

É que às vezes me bate que o homem tá muito perverso
E reclamar da umidade do cerrado me parece frívolo à beça.