os momentos despendidos aqui são de reconciliação com a vida

quinta-feira, 18 de junho de 2009

sans souci

Indiferentemente a tudo, sigo o caminho.
Procuro o caminho.
Construo o caminho.

Meu tempo é agora, porque não é possível conceber o quando.
O cheiro dos dias se sente no fazer ininterrupto,
no cansaço e no prazer.
Prazer capaz de tudo
Prazer que espanta cansaço
E faz do corpo qualquer coisa mágica
- em cópula-

Já escrevi muito em folhas soltas
Agora minha predileção é escrever
Na pele.

Poesia tatuagem,
corro um corpo com dedos leves,
percorro como máquina as letras do teclado,
faço um chá e ouço música meditativa.
Depois de horas a fio que passam sem consciência,
parece que o mundo me olhou pela nuca
e disse:
estou ao seu lado, mas não sou nada.
Então olho no olho da cara do mundo e digo:
estou ao seu lado e não sou nada.

Um ar paralelo sempre está presente,
e me dá vontade de escrever risadas
e pesadelos
e sonhos (graça).

Para esquentar o blog, para convencer-me de tudo que não sei
Contento-me com uma poesia de alguns meses atrás:

No meio da multidão, sozinho,
Invento um corpo de sobrevivência.
Domo meu gênio indomável,
Ou melhor, o afundo
Em meus porões.
Junto com os morcegos
E os ratos.
E tudo cheira lavanda.

Um comentário:

  1. indiferente de tudo como quem obeserva
    o dia frio lá fora mas não se arrepia
    do lado de dentro de sua morada,
    hoje, mais do que nunca, eu procuro saber meu caminho.
    o som de certas palavras compartilhadas me dá o fôlego certo.
    não sei se me sinto, nem sei se sei me sentir.
    para sentir meu caminho.
    criá-lo.
    sê-lo.
    e então esquecê-lo.

    para arrepiar minha morada,
    devo sair dela.

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