os momentos despendidos aqui são de reconciliação com a vida

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Kafka

"Em certas ocasiões, o destino se assemelha a uma pequena tempestade de areia, cujo curso sempre se altera. Você procura fugir dela e orienta seus passos noutra direção. Mas então, a tempestade também muda de direção e o segue. Você muda mais uma vez o seu rumo. A tempestade faz o mesmo e o acompanha. As mudanças se repetem muitas e muitas vezes, como num balé macabro que se dança com a deusa da morte antes do alvorecer. Isso acontece porque a tempestade não é algo independente, vindo de um local distante. A tempestade é você mesmo. Algo que existe em seu íntimo. Portanto, o único recurso que lhe resta é se conformar e corajosamente pôr um pé dentro dela, tapar olhos e ouvidos com firmeza a fim de evitar que se encham de areia e atravessá-la passo a passo até emergir do outro lado. É muito provavel que lá dentro não haja sol, nem lua, nem norte e, em determinados momentos, nem hora certa. O que há são apenas grãos de areia finos e brancos como osso moído dançando vertiginosamente no espaço. Imagine uma tempestade de areia desse jeito."

Nesse exato instante termino a leitura do livro "Kafka à beira mar" do Haruki Murakami.
Sem titubear me tornei para esse espaço que me assegura um canto de alma que desconheço, mas reconheço em prazer e divergencias que fazem parte das consistências da existência.
Enfim, acabo de atravessar uma tempestade de areia, e recomendo a vocês meus bróders essa leitura absolutamente fantástica que é a viagem pelo mundo de um garoto de 15 anos que está à procura de.
"Quando meu décimo quinto aniversário chegar, sairei de minha casa e irei para uma cidade distante e desconhecida, onde vou viver numa pequena biblioteca".
Abraços, Pedruschi.

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