os momentos despendidos aqui são de reconciliação com a vida

sábado, 9 de outubro de 2010

A serpente é a metáfora da revelação.

Vejo um véu vívido e vacilante
servindo vis desejos
no passado impensados.

Vísceras vazam como cheiros
e voam entre aqueles
que têm olfato atento.

A mulher é a metáfora da revelação.
Troca de pele
como o poeta escreve
um poema para a lua;

mas precisa de um carinho nu
cheio de dedos
calados e calejados
para recordar
que na mais aparente grosseria das couraças descartadas
esconde-se a profundidade mais íntima.

Quando tudo parece pouco
curva-se o mundo a um olhar
que nos faz parecer caber
dentro de nosso corpo.

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