A serpente é a metáfora da revelação.
Vejo um véu vívido e vacilante
servindo vis desejos
no passado impensados.
Vísceras vazam como cheiros
e voam entre aqueles
que têm olfato atento.
A mulher é a metáfora da revelação.
Troca de pele
como o poeta escreve
um poema para a lua;
mas precisa de um carinho nu
cheio de dedos
calados e calejados
para recordar
que na mais aparente grosseria das couraças descartadas
esconde-se a profundidade mais íntima.
Quando tudo parece pouco
curva-se o mundo a um olhar
que nos faz parecer caber
dentro de nosso corpo.
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