os momentos despendidos aqui são de reconciliação com a vida

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

da secura de dias insanos...

...brotou-me um novo poema que se mexe cheio da tão conhecida saudade.
um relâmpago atingiu-me enquanto eu dormia, enchendo-me de algo que me fez voar. sentia que nascia de novo, como se nunca antes tivera nascido. e noutro estado então me encontro. não sou mais sólido, como noutros dias. tampouco sou algum líquido. hum, se o fosse, seria alcoólico. sou algo de etéreo. como o vento, mas não tanto. queimo como o fogo, mas não faço arder. não causo bolhas. não faço estrondos exatamente audíveis,embora o que causo, diga-se de passagem, compara-se à certos efeitos pirotécnicos. li numa vez, de madrugada, num livro... chamavam: EXPLOSÃO!.

4 comentários:

  1. renascido,
    não percebi de onde veio o relâmpago;
    nascido da mão de um deus
    do peito meu
    do fervilhar da linguagem
    da loucura, devaneio de uma triste figura
    ou de uma noite
    na qual responder a um poema era tarefa simples, segura.

    voei-me voava aterrisei
    porém, não importa,
    no primeiro ensejo religuei-me.
    não me ofuscam os sentidos ou
    as sensações que latentes estão em mim.
    tenho um clarão no peito,
    milhões de elétronsneutronsprótons
    ou amor
    (qualquer coisa que seja energia).
    e apesar de não deixar marcas claras,
    fuljo no mundo um estranhamento:
    nada pode ser como era antes de eu existir.

    (pretensão demasiada? me lixo, dá gosto escrever essas palavras)

    não, eu não sou deus dos homens.
    tampouco seu escravo. hum, se o fosse
    seria asno. louco. mago. bruxa.
    nada poderia me dar mais prazer que estar do lado de fora das existências mesquinhas.
    sim, sou algo de etéreo.
    espalho meu canto por todos os cantos do universo
    e, sem existir, deixo perguntas para todos,
    quase incertezas, dúvidas sobre as definições.
    prazer. tenho todos os opostos em mim.

    e continuo a existir no mesmo mundo que você.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. algo de cósmico atravessa minha existência.

    sinto a luz
    de uma estrela,
    milhares de anos-luz distante
    rasgando
    meu corpanzil-prisão
    frágil demais,
    efêmero demais perante
    a eternidade.

    me faço poeira estelar
    me ajunto
    e deixo o infinito me esculpir
    corpo celeste
    me introduzir na sua noção de tempo
    pra me descobrir novamente
    efêmero.

    me liberto novamente para ser pura energia.
    atravesso todos os corpos
    debochadamente.
    rio. risos n´água.
    minha inquietude só pode ser comparável
    à de um feto de nove meses.
    me espalho por tudo.
    por todos.
    me espelho.
    flerto com galões de gasolina e diesel
    insano.
    mandaria tudo pelos ares
    se fosse explosivo
    (estava aqui testando as minhas propriedades),
    o poder sempre traz idéias assim.

    mas acontece que sou energia pura e simples.
    energia vital.
    centelha que faz mover todo o universo
    centelha que se move no devir do universo
    dentre tantas outras zilhões de centelhas
    tão decisivas como nenhuma delas é
    e como todas elas são
    mancomunando-se inconscientes.

    e a vida se faz.
    e a vida se fez.

    volto ao meu corpanzil-prisão
    e minha luz rasga estrelas na noite.

    ---------------------------------
    surgiu este post de um livro que li há muitos e muitos anos. não me recordo bem como era mas está lá, na minha estante. o que dele trago comigo é a metafísica (vocês me trouxeram lampejos recuerdos inspiradíssimos pelo livro que provoca terremotos reflexivos em nossas almas. impossível ler impunemente.), além da lembrança da dolorosa história da Macabéa. vou pegar pra ler uma tarde dessas.

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  4. untei os tres num primeiro ensejo
    vamos arrumando
    jony, mudei tua diagramação pra ficar mais no esquema, dá uma zoiada


    um relâmpago atingiu-me enquanto eu dormia, enchendo-me de algo que me fez voar.
    sentia que nascia de novo, como se nunca antes tivera nascido.
    e noutro estado então me encontro. não sou mais sólido, como noutros dias.
    tampouco sou algum líquido. hum, se o fosse, seria alcoólico.
    sou algo de etéreo. como o vento, mas não tanto.
    queimo como o fogo, mas não faço arder.
    não causo bolhas.
    não faço estrondos exatamente audíveis,
    embora o que causo,
    diga-se de passagem,
    compara-se à certos efeitos pirotécnicos.
    li numa vez, de madrugada, num livro... chamavam: EXPLOSÃO!

    renascido,
    não percebi de onde veio o relâmpago;
    nascido da mão de um deus
    do peito meu
    do fervilhar da linguagem
    da loucura, devaneio de uma triste figura
    ou de uma noite
    na qual responder a um poema era tarefa simples, segura.

    voei-me voava aterrisei
    porém, não importa,
    no primeiro ensejo religuei-me.
    não me ofuscam os sentidos ou
    as sensações que latentes estão em mim.
    tenho um clarão no peito,
    milhões de elétronsneutronsprótons
    ou amor
    (qualquer coisa que seja energia).
    e apesar de não deixar marcas claras,
    fuljo no mundo um estranhamento:
    nada pode ser como era antes de eu existir.

    (pretensão demasiada? me lixo, dá gosto escrever essas palavras)

    não, eu não sou deus dos homens.
    tampouco seu escravo. hum, se o fosse
    seria asno. louco. mago. bruxa.
    nada poderia me dar mais prazer que estar do lado de fora das existências mesquinhas.
    sim, sou algo de etéreo.
    espalho meu canto por todos os cantos do universo
    e, sem existir, deixo perguntas para todos,
    quase incertezas, dúvidas sobre as definições.
    prazer.

    tenho todos os opostos em mim.
    e continuo a existir no mesmo mundo que você.

    algo de cósmico atravessa minha existência.

    sinto a luz
    de uma estrela,
    milhares de anos-luz distante
    rasgando
    meu corpanzil-prisão
    frágil demais,
    efêmero demais perante
    a eternidade.

    me faço poeira estelar
    me ajunto
    e deixo o infinito me esculpir
    corpo celeste
    me introduzir na sua noção de tempo
    pra me descobrir novamente
    efêmero.

    me liberto novamente para ser pura energia.
    atravesso todos os corpos
    debochadamente.
    rio. risos n´água.
    minha inquietude só pode ser comparável
    à de um feto de nove meses.
    me espalho por tudo.
    por todos.
    me espelho.
    flerto com galões de gasolina e diesel
    insano.
    mandaria tudo pelos ares
    se fosse explosivo
    (estava aqui testando as minhas propriedades),
    o poder sempre traz idéias assim.

    mas acontece que sou energia pura e simples.
    energia vital.
    centelha que faz mover todo o universo
    centelha que se move no devir do universo
    dentre tantas outras zilhões de centelhas
    tão decisivas como nenhuma delas é
    e como todas elas são
    mancomunando-se inconscientes.

    e a vida se faz.
    e a vida se fez.

    volto ao meu corpanzil-prisão
    e minha luz rasga estrelas na noite.

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