os momentos despendidos aqui são de reconciliação com a vida

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Comentário para a sugestão (por que simplesmente o meu computador não me deixou comentar direto na postagem)

Gosto da idéia de nos propor um intervalo, uma pausa para ver se recomeçamos, ou se coisas novas inauguramos.




Para mim o blog nunca foi um projeto, algo que deveria ser outro algo, ou que viria a ser outro algo. Para mim, o blog sempre foi uma possibilidade de extensão do que vivemos juntos na Roda Literária e, mais tarde, no MuPeJo. Uma extensão dessa pegada fibra de rolê firmeza, sem ter que ser nada. Claro que dentro disso haviam projetos, como o Into The Wild, ou o dos Dias Escritos, ou o do Centésimo. Mas, a meu ver, eram idéias dentro de uma idéia maior - que era aberta, sem ter que ser nada que não o que somos.

Esse é o meu maior entendimento do blog: ele é o que somos juntos.

Com relação ao projeto de fazer um livro do blog, com a idéia de escrever o Centésimo para celebrar, devo confessar que me intimidei. Não sei explicar o porquê, mas travei, não consegui escrever nada que fosse digno de um evento desses. Acho que ainda pior do que travar (porque todo mundo trava), foi que eu não consegui reconhecer que estava travado, e então escrevi somente coisas ralas, na ânsia de satisfazer as expectativas minhas e de vocês. Expectativas que talvez nem existissem de verdade em vocês, mas que eu acabava alimentando em mim e me cobrando em cima delas. Talvez seja tudo uma questão de orgulho. Não sei. Mas acabou que o livro do blog engavetou-se, e foi ficando tudo silencioso. Não sei se falo só por mim, no final das contas, mas acho que pecamos em não conseguir jogar um pouco mais aberto, e se haviam de fato expectativas e cobranças, escancará-las, para poder trabalhá-las entre nós, numa boa. Como os amigos que sempre fomos.

Eu me lembro de quando começamos o blog e o Muma simplesmente sumiu do mapa. Não deu nem um recadinho pra nós falando que não queria participar. Isso foi foda, e ele vacilou mesmo. Mas nós também colhemos o que plantamos com uma espécie de empolgação pouco acolhedora, que não parou pra pensar que se pá o Muma podia não querer participar do rolê - o que é um direito dele. Esse tipo de coisa gera umas mágoas fodidas, por não se propôr esclarecer as coisas de alguma forma.

Não sei mais o que escrever, mas enfim... É nóis. Foi tudo minha opinião, e vamos falando, vamos nos falando. O que temos juntos já estabelecido é muito precioso para deixar virar uma louça suja ou uma planta seca - com isso eu concordo e muito. Não vamos deixar a casa feder além do necesário para chamar a atenção de todos para a limpeza. Para tanto, vamos falando, vamos falando...

Abraço!

Jony.

Um comentário:

  1. estou aqui.
    Estamos.
    Só ouço o jazz.
    Agora.
    Estamos.
    Buchichos urbanos que não mais
    me atormentam.
    Somos mais que o que quer se fomos.
    Seremos sempre
    melhores do que antes,
    conforme nos encontramos,
    conforme nos dialogamos,
    nos aceitamos,
    nos criamos.
    Não há mais dúvida,
    em mim não há,
    de que basta sorrir
    pra ser amigo.
    Criar, conosco,
    é algo além
    mas ainda aquém
    que encanta
    conforme brota
    espontaneamente
    da inocência
    e singeleza
    de uma poesia
    cheia de tesão
    pela vida,
    que se compromete
    sempre
    que o sol se põe
    ou se nasce.
    Sempre que
    estamos lá
    para ver.
    Da poesia brota
    algo sem nome
    nem destino
    que apenas serve
    para
    ser,
    mais verdadeira
    e autenticamente
    nós mesmos.












    Não consigo terminar este poema
    depoimento escondido
    que fiz bêbado e
    cheio de batatas
    mas feliz com reencontros tão
    cheios de vida.
    É nóis.
    E o Fran
    e o Renato tão aqui
    hoje também.

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