os momentos despendidos aqui são de reconciliação com a vida

sábado, 8 de janeiro de 2011

Não, pequena,
tu não existes.
Quem sabe assim,
                           longe de mim,
pareças uma flor, um pássaro.

Mas tudo te reduz
perante os frenesis
que tua ausência faz nascer
em meu canto.

Ausência tua
ou de vôo que invento?

Não, pequena,
não te importes.

É belo por si
esse transis que,
se não arremedo,
ao menos desejo.

Ele reluz como um parênteses
(vazio)
e enche de ar um texto (DENSO) que não consegue se dar ao luxo,
sequer,
de vírgulas.

Me aduzes
e não saio de minhas cobertas.
Talvez a memória seja mesmo uma manta que aquece
e faz as células se re-inventarem.

Caminho nas bordas do mundo,
em um instante vou
do fundo à tona
da tona ao fundo.

Te ter,
mesmo não te tendo,
são pontes-pênsis moles
instáveis e belas
sobre o oceano das idéias.

No meio do caminho me perco
e, te encontrando vejo,
nas estranhezas humanas,
um oásis.

Um comentário:

  1. Na cachola da mente se faz a engenhoca da vida.
    o que se cria com o que se vive?

    O presente
    está ao nosso dispor



    Isis

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