Tenho andado muito deitado ultimamente.
Apesar de meus ouvidos sorrirem ao som da chuva, e de minha pele se apaixonar pelo acalento das cobertas mornas, certas consciências que inda não calam a boca não me deixam em paz.
Me pergunto se não é depressão preferir a cama ao convívio social.
E no entanto anseio por músicas e danças, gente pelada e cantoria, exposição e entrega.
Serei eu mesmo este ser que se deprime dançando em sua cama ao som da chuva?
Se bem que são todos eu (como li certa vez num livro com um macaco na capa). E eu sou nenhum.
A chuva aumenta o volume, o coração aumenta o volume, a mão aumenta o volume da escrita: ganhei algumas palavras de presente.
Certas ousadias brincam com o pensamento. Fazendo-o arma, sagrado veneno.
Quando meu pensamento piscina e a chuva enche, saio da cama para nadar.
Jony, meu amigo,
ResponderExcluirpode ter certeza que sempre que você quiser
eu ajudo numa dança ancestral
a botar o céu abaixo
para encher as piscinas, os lagos, os mares.
Relaxa que eu tenho uma carta na manga:
nessas horas, de cantares ou sofreres,
são pedro é meu broder.
Quanto à transmutação do pensamento
essa materialização bizarra,
pensamento, abstrações virando
materialidades incompreensíveis
somente porque cabe no encanto,
que somente quem escreve compreende;
eu deixo por sua conta.
e conto um conto na ajuda
que preciso,
porque já me parece o mundo louco.
Velho, você escreve bem pra caralho.
Obrigado pelo presente de aniversário,
vou carregá-lo na minha testa
pra escancarar a magia para o mundo.
Pedruschi.