Enquanto o Jony esteve aqui em SP fizemos um encontro livre no qual conversamos, rimos,
desenterramos escritos, limpamos idéias, nos divertimos à beça. Então saiu um cartaz com uns temas, sete ao total, que eu vou postar aqui um por um, cada qual depois de nascer como comentários uma poesia de cada membro (e de toda gente que quiser) dessa maluquice doida mais lúcida que conheço que é nosso blog. O primeiro tema, é VINHO. Boa sorte para nós, sem pressa, sempre. Abraços, Pedruschi.
Vinho é o descaso do alívio. Ao vinho que perdure na insanidade do tempo, quando não há e não coube o espaço.
ResponderExcluir"É preciso estar sempre embriagado. Para não sentirem o fardo incrível do tempo, que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso. Com quê? Com vinho, poesia, ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se." Baudelaire
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFaço o mais lentamente que posso
ResponderExcluirum gesto de mãos
sobre tuas costas.
De ti faço tela e brinco de artista.
Canto algo o mais serenamente que posso
em teus ouvidos.
De ti faço andarilho e brinco de passarinho.
Aperto tuas coxas o mais consistentemente que posso.
De ti faço meu prazer e brinco de massagista.
Descubro o mais sensivelmente que posso
a imensidão de teus cabelos.
De ti faço pasto e brinco de serpente.
Com meus lábios toco cada milímetro de seu corpo
o mais derretidamente que posso.
De ti faço você e brinco de eu.
Reparto em ínfimas partes
tudo que encontro pela frente.
Pisoteio carinhosamente
cada gomo
dos cachos de uva que revelo.
Aos pouco te liquefaço
até virares vinho.
Então, da ocasião faço cálice
e brinco:
de moleque depravado
patrão da high society
indigente embriagado
suicida clássico
criança que encontra os restos da festa dos pais
amante
amigo
sommelier
ou Poeta.
Sorvo tudo gota
a
gota.
Depois de embriagado confesso:
Não faço a menor idéia do que se passou contigo.